E,
por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.
Mateus 24:12
Esta é uma das palavras mais
interessantes da Escritura a meu ver – iniquidade. Ela pode ser um verbo que significa
dobrar, torcer, distorcer, perverter. Também pode significar ruína; pretende
dar a ideia de perversidade e depravação. Não por acaso Jesus se utilizou dela
para descrever o estado mental de uma gama de cristãos nos últimos dias.
Minha intenção aqui não é abordar
a palavra em si, mas descrever o estado de muitos que, considerando-se
cristãos, precisamente pelo torpor mental advindo desta situação global e
generalizada na qual se vive hoje, esfriam sua fé, ou seja, tornam-se
perigosamente passivos diante de todos os acontecimentos atuais.
Na esteira disso, coisas como: o
politicamente correto, o marxismo socialista, a ideologia de gênero, o
desconstrutivismo moral e familiar, o neoliberalismo econômico, a militância
gayzista, a ascensão muçulmana radical, a violência crescente nas cidades, a
corrupção política e empresarial, as guerras modernas, a cristofobia aberta e a
massificação da promiscuidade sexual, bombardeando diariamente a vida das
pessoas, fazem com que a esperança e a fé de muitos enfraqueçam, dando lugar a
uma espécie de tolerância débil que chega a calar essas pessoas e faze-as
aceitar passivamente tudo como sendo algo normal, e com o agravante de
repetirem continuamente frases como: “Os tempos mudaram”, “as coisas não são
mais feitas assim”, “não podemos ser tão radicais” e “esse conservadorismo é
antiquado” e etc.
Essa tolerância débil e passiva
compromete não somente pseudocristãos pós-modernos, como concomitantemente
instituições e igrejas cristãs, outrora sérias e defensoras das verdades
absolutas da Escritura e da fé, criando um verdadeiro exército de quase
mortos-vivos no tocante à apologética, à dogmática, à suficiência e inerrância
das Escrituras, e, por mais incrível que pareça, no que diz respeito à própria
pessoa do Deus-Trino, incorrendo, estes, em blasfêmia – não consciente, espero
– contra o Eterno, Absoluto, Amoroso, Justo e Todo-poderoso Criador.
Com um grupo gigantesco de gente
assim, não é espantoso, que as agendas anticristãs se tornem cada vez mais
evidentes e agressivas no mundo ocidental. Um povo que se chama de cristão ou
pensa ser seguidor de Jesus Cristo, mas vive anestesiado em sua mente,
obscurecido no entendimento, alimentado com leite estragado, pão endurecido,
mel impuro e água turva, desfrutando hedonisticamente de seu sucesso e de sua
prosperidade entre as quatro paredes dos templos e do lazer familiar que os
afasta do verdadeiro culto a Deus, o resultado não poderia ser outro.
Esse tipo de cristão é
perigosíssimo para o próprio Cristianismo, haja vista que suas vidas, em
harmonia com o sistema mundano, afronta diretamente a Deus e a Cristo Jesus, o
Senhor, removendo continuamente o lugar do senhorio de Deus e de Sua Palavra do
seu viver diário. Esses são o joio que Jesus descreveu em uma parábola, que
infelizmente ainda andarão lado a lado com os genuínos cristãos até o dia da
separação final.
Há duas palavras finais que
gostaria de transcrever aqui. A primeira se refere ao resultado final que este
tipo de ambiente gerará e a segunda, é uma ordem que nos foi dada como aqueles
que se tornaram filhos e filhas da luz:
[...] Quando porém vier o Filho do
homem, porventura achará fé na terra?
Lucas
18:8
e não vos associeis às obras
infrutuosas das trevas, antes, porém, condenai-as;
porque as coisas feitas por eles em oculto, até o dizê-las é vergonhoso. Mas
todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que
se manifesta é luz.
Efésios
5:11-13 (Grifo nosso)
Graça e paz a todos e todas que
procuram servir a Cristo, o Senhor de todo o seu coração.
Carlos Carvalho
Novembro de 2017
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