Síntese crítica do vídeo “de la servitumbre moderna” de Jean-François Brient
É óbvio que a proposta de uma
libertação deste sistema opressor que escraviza as vontades humanas e os fazem
pensar que são livres é muito bem vinda. Foi o próprio Jesus quem nos disse que
a “verdade nos libertará” (João 8.32,36), sendo Ele mesmo a expressão máxima
desta verdade libertadora, sem a qual jamais haverá uma verdadeira revolução
libertária da vontade humana,
O texto falado é facilmente
percebido como o discurso socialista marxista (está bem evidente e comum em
Sociólogos franceses), contra o capitalismo – sendo este o grande mal do mundo
– que explora e aliena os “escravizados” modernos, fazendo-lhes apenas
consumidores infelizes presos no círculo vicioso que o próprio sistema lhes impõe.
Os problemas sociais, a pobreza,
a miséria, a desigualdade econômica entre as pessoas, os padrões errôneos de
consumo e de alimentação, o lixo que se produz, a poluição, a destruição da
natureza e do mundo animal para manter o consumo desenfreado do homem e da
mulher (escravos) modernos também são apresentados como resultado deste
capitalismo monstruoso.
O vídeo é uma clara releitura contemporânea dos textos: “O Capital” e do “Manifesto Comunista” de Marx e Engels e um pouco do moderno pensamento de “Tempos líquidos” de Zygmunt Bauman (que gosto muito). Não deixa de apresentar uma verdadeira crítica ao sistema econômico vigente, o capitalismo, ao consumismo que devora os recursos naturais do planeta, que destrói os biomas, que faz do trabalho uma verdadeira servidão moderna, à falsa liberdade, à idolatria ao novo deus, o dinheiro (Mamon) e dos resultados degradantes da vida humana no físico e na mente.É a vida na famosa “Matrix”, já conhecida da trilogia do cinema e do controle total do Anticristo no Apocalipse. Mas algumas questões precisam ser ponderadas:
1. O que faremos com o capitalismo: o implodimos ou
o quê? (A proposta é destruí-lo totalmente) E ainda, o que colocaríamos em seu
lugar?
2. É fato que o socialismo, o marxismo e o
comunismo não são as respostas para o mundo, pois nos lugares onde foram ou
estão implantados, os seres humanos são ainda mais escravos do sistema,
alienados e sem liberdade, além de verificarmos as tragédias e genocídios que
estes sistemas geraram ou geram.
3. O terrorismo é uma luta pela emancipação humana?
Alguém em sã consciência (ou de livre consciência) acreditaria nisso?
4. Uma vez liberta a humanidade deste sistema
escravagista, o que viria, o caos? Sem um mínimo de ordem a humanidade seria
melhor do que a de hoje? É impossível viver num mundo de plenas liberdades e
democracia plena sem que haja ordem, obrigações e deveres.
5. O “projeto revolucionário” unido ao “projeto
poético” se torna apenas uma mudança de linguagem, sem, contudo, provocar real
transformação social e global.
6. A Democracia real – sem a parlamentar – jamais
poderá ser a solução, pelo simples fato de que a vontade de todos nunca será
igual e não poderá haver consensos em qualquer demanda popular, e, sem o
consenso, dever-se-á aceitar o desejo da maioria, que sempre excluirá, ao final,
o desejo dos outros.
7. Por fim, é nos apresentada uma nova ideologia
“libertária” e “revolucionária” somente em substituição das vigentes no mundo,
nos mesmos moldes, que, todavia, não servirá ao propósito pretendido. É a
substituição do mal vigente pelo mal proposto.
É preciso muito mais do que isso
e é necessário que se inicie no coração e nas mentes das pessoas esta
verdadeira libertação. O vídeo é magnífico, a discussão é extremamente
pertinente, porém precisamos ir muito mais profundo no problema.
E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
Se,
pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
João
8:32, 36
© Carlos Carvalho, 2016. Todos os
direitos reservados
Teólogo e Cientista Social. UMESP
De la servidumbre moderna - Jean-François Brient. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cQtl6j85Q6c&ab_channel=LetargoAcargo
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