quinta-feira, 30 de junho de 2022

O PERIGO DA LEI EM NOSSOS DIAS

 


 

Inicio tranquilizando os leitores que o que escreverei aqui não tem a ver com insurreição, fanatismo, fundamentalismo, anarquia ou revolução. Apenas será uma reflexão sobre como percebo em nossos dias as “leis” que nos governam. Diga-se de passagem, as mais recentes, de algumas décadas para cá.

 

As nossas leis não são resultado da vontade de todos ou da extensa pública sobre um tema específico. Elas são fruto de política representativa, ou seja, pessoas que foram eleitas por voto popular, mesmo não representando a totalidade dos habitantes de uma cidade, estado ou nação, são os responsáveis pela construção de nossas leis.

 

O pior nisso é que, mesmo no caso de uma pessoa eleita por um grupo, ela pode, por conta própria ou por imposição partidária, votar por criar leis que sequer sejam a vontade da maioria que a escolheu para representá-lo. E, mesmo contra a vontade dos verdadeiros donos de eu mandato, irá contrariá-los sem que tenha de prestar contas por isso a eles e jamais será “punido” por sus decisões, a não ser em uma eventual próxima eleição.

 

É precisamente aqui que reside o perigo da Lei e ela se torna um instrumento altamente pernicioso para uma sociedade e para as liberdades individuais. E por quê? Por causa de sua própria essência. A Lei normatiza a nossa vida em sociedade e isso é antigo. Como sociedades, permitimos que as leis sejam o árbitro de nossas demandas e de nossas relações humanas, comerciais e sociais. Quando uma Lei é justa, todos ganham com ela, quando uma Lei é injusta ou parcial, apenas alguns são beneficiados.

 

Hoje, temos uma série de pessoas nas posições representativas que têm a prerrogativa de criar ou modificar as leis de nosso país. Elas podem, a seu bel prazer, sem serem responsabilizadas por isso, criar e votar leis injustas, parciais, incoerentes e mesmo irracionais, que não beneficiariam a sociedade como um todo, porém, uma pequeníssima parcela dela, considerando com isso que está sendo feita uma justiça mais ampla, contudo, isso é somente retórica vazia e inescrupulosa, sem a consistência  do bem comum.

 

Leis criadas, independente de serem boas, amplas ou parciais e ruins, por conta de nossa própria autodeterminação social – outros chamariam de contrato social – nos obrigamos a aceitá-las e a cumpri-las, sob a pena de sermos punidos por desobediência. Colocamos uma faca em nossa própria garganta nesta situação. A Lei se torna nosso tutor e nosso carrasco, e o pior aqui, não possuímos defesas contra ela. Ao aceitarmos qualquer tipo de “Lei” como algo legítimo, amarramos as nossas próprias mãos contra nós mesmos. Com isso, criamos uma hidra mitológica que nos ataca o tempo todo, e, mesmo cortando uma de suas cabeças, surgem outras no lugar.

 

“Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem decretos opressivos,”

(Isaías 10:1)

 

“O legislador não tem poder absoluto sobre nossa pessoa e nossas propriedades. Elas já existiam antes dele e sua função é apenas garantir a segurança delas. [...] A lei não pode reger a minha consciência. [...] A missão da lei não é oprimir pessoas nem espoliar suas propriedades, ainda que para fins filantrópicos, mas protege-las. [...] A lei se tornou o campo de batalha de todos os devaneios e de todas as ganâncias.” (Frédéric Bastiat, 1801-1850)

 

Carlos Carvalho, Prof., Bp.

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terça-feira, 14 de junho de 2022

A mente de um Príncipe do Brasil

 


 

Li, mais uma vez, agora mais detidamente e estudando, o texto chamado de “Manifesto da Independência do Brasil’, assinado pelo nosso Príncipe Regente, Dom Pedro l, em 1 de agosto de 1822, ao proclamar nossa independência das Cortes de Portugal. O texto é belo e profundo, retratando realidades que infelizmente vemos até hoje na política e no judiciário nacionais. Destaco somente algumas palavras, mas reitero que amo mais fortemente nosso país e desejo ainda mais lutar por sua prosperidade e grandeza, por amor de nosso povo e por nosso solo abençoado.

 

“Brasileiros, está acabado o tempo de enganar os homens. Os governos que ainda querem fundar o seu poder sobre a pretendida ignorância dos povos, ou sobre antigos erros e abusos, têm de ver o colosso da sua grandeza tombar da frágil base sobre a qual se erguera outrora [...].”

 

Na ótica do Príncipe, o Brasil é “esta grande peça da benéfica natureza, que faz a inveja e a admiração das nações do mundo.” Para ele, as forças externas de sua época tinham um propósito: “seus fins eram paralisar a prosperidade do Brasil, consumir toda a sua vitalidade, e reduzi-lo a tal inanição e fraqueza que tornasse infalível a sua ruína e escravidão.”

 

E mais: “Decretou-lhes governos sem estabilidade e sem nexo, com três centros de atividades diferentes, insubordinados, rivais e contraditórios, destruindo assim a sua categoria de Reino, aluindo assim as bases da sua futura grandeza e prosperidade, e só deixando-lhes todos os elementos da desordem e da anarquia.” [...] “Lançou mãos roubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil [...] Negociava com as nações estranhas a alienação de porções do vosso território para vos enfraquecer e escravizar.”

 

Ele cria que “ideias úteis e necessárias ao bem da nossa espécie não são destinadas somente para ornar páginas de livros, e que a perfeição concedida ao homem pelo Ente Criador e Supremo deve não achar tropeço e concorrer para a ordem social e felicidade das nações.” Ele esperava que os representantes dessem ao povo brasileiro “um Código de Leis adequadas à natureza das vossas circunstâncias locais, da vossa povoação, interesse e relações, cuja execução será confiada a juízes íntegros, que vos administrem justiça gratuita, e façam desaparecer todas as trapaças do vosso Foro, fundadas em antigas leis obscuras, ineptas, complicadas e contraditórias. Eles vos darão um Código Penal ditado pela razão e humanidade, em vez dessas leis sanguinolentas e absurdas, de que até agora fostes vítimas cruentas.”

 

Estas e outras fortes e belas palavras, postas apenas em um pequeno documento histórico, deveriam nos corar de vergonha e nos fazer humilhar diante do Eterno, por permitirmos que monstros políticos atuem livremente no Congresso, governantes sem pudor sejam eleitos, corruptos e preguiçosos tornem-se e mantenham-se como funcionários públicos, leis indecentes e imorais sejam afixadas, impostos sanguessugas ainda vigorem para destruir nosso poder de compra, riquezas pessoais e familiares e também a prosperidade de nosso trabalho e empreendedorismo, para serem consumidos numa máquina obsoleta que nada contribui para o nosso crescimento em qualquer área de nossas vidas.

 

Com o amor e paixão revigorados por nosso Brasil,

 

Carlos Carvalho, Bp.

Junho de 2022

(200 anos deste Manifesto)

 “Ainda há um mal que vi debaixo do sol, um erro cometido pelos que governam: os tolos colocados em muitos postos elevados, enquanto os ricos ocupam os postos inferiores. Vi servos andando a cavalo e príncipes andando a pé como se fossem servos.” (Eclesiastes 10:5-7)

 

VIDA TRANSFORMADA