quinta-feira, 17 de setembro de 2020

DE QUAL LADO JESUS ESTÁ?

 


“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à sua direita, outro à sua esquerda. Mas Jesus dizia: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, para repartir as roupas dele, lançaram sortes.” (Lucas 23:33,34)

 

Esta é talvez uma das maiores perguntas da humanidade religiosa a ser feita. Diante de fatos como abuso dos Direitos Humanos, a importância seletiva de vítimas e da supervalorização do vitimismo, precisamos ser coerentes nas respostas às demandas socais de nossos dias.

 

A intenção não é perpetuar uma cultura de impunidade ou de desvalorizar as vítimas reais de crimes ocorridos no solo brasileiro, mas olhar com menos emoção – embora ela seja importante – certas circunstâncias, a fim de não se tecer juízo de valor antecipado ou vaticinar com sádica alegria a destruição (ou o atual “cancelamento”) do próximo, que também é alvo do amor e da misericórdia do Eterno.

 

Com isso, quero afirmar que todo crime, por menor que seja, furto, corrupção pelo crime de colarinho branco até o homicídio ou genocídio é e devem ser punidos com todo o rigor da Lei, sem redução qualquer de pena, mas com cumprimento integral dela. Dito isto, desejo passar a considerar alguns aspectos de minha argumentação sobre o tema proposto, solicitando do(a) leitor(a), que não deixe de ler todo o conteúdo antes de tirar suas conclusões pessoais.

 

A vitimização seletiva ocorre quando as vítimas de quaisquer crimes não são negras, gays, mulheres ou alguém de alguma “minoria”. Quando são héteros, brancos, policiais ou ricos, os mesmos defensores dos Direitos Humanos tratam com tremenda indiferença e silêncio os casos. Há um falso e pernicioso entendimento de que estes últimos parecem ter “privilégios” acima dos demais, e isso justifica torcer a Lei, para que ela apenas funcione seletivamente num um grupo, não para todos. A máxima “Todos são iguais perante a Lei”[i], não é uma realidade numa sociedade assim.

 

Em um país onde as questões de honra, de foro íntimo, de convivência no lar e de família, de criação de filhos e do pátrio poder, de quebra de relacionamentos, de cultura natural e social de um povo, de agressões verbais e discussões, de gostos pessoais, de sexualidade, sedução e flerte, de quebra de acordos comerciais e afins, não sendo tratados como questões de juizado de pequenas causas e por acordos extrajudiciais em escritórios advocatícios, mas transformado todas essas coisas em Leis Federais e/ou Constitucionais, não é de admirar que haja tanta judicialização desnecessária e tamanha seletividade nas vítimas.

 

Aqui entramos na nossa seara cristã. Homens e mulheres, vocacionados ou não, mantendo e alimentados por este mesmo espirito legalista (de Leis) e desta geração infantilizada, a despeito das claras orientações da Escritura para o tratamento de casos que ela não considera um crime – mesmo que a atual sociedade os considere – mas pecado pessoal contra outrem, aparentemente com um ar de superioridade e santidade farisaica e demonstrando quase que um prazer mórbido na denúncia pública e na destruição do próximo, atentam espiritualmente contra Deus, seu perdão, restauração prometida e sua misericórdia, sem sequer terem um mínimo de remorso ou tristeza.

 

Deus pune pecados, Deus julga pecados e ao final julgará a todos, O Eterno é o único justo juiz. Somente Ele, o Altíssimo saber dosar a pena e o perdão aos acusados pelos pecados contra o próximo, ainda que certos pecados sejam crimes, nem todos os pecados deveriam ser punidos em tribunais humanos. Isso só ocorre porque a Igreja deixou de cumprir seu papel na disciplina de seus membros. As orientações escriturísticas são claras em relação a estas coisas.

 

As desinteligências entre cristãos devem ser tratadas pessoalmente, com duas ou três testemunhas ou pela comunidade de fé[ii]. As acusações contra a liderança devem ser devidamente apreciadas por outros líderes maduros[iii]. Os pecados de ordem sexual devem ser julgados pela igreja internamente[iv]. Os casos de desacordo comercial entre os cristãos deveriam ser julgados também pelo corpo da igreja[v]. Os cristãos desordeiros devem ser repreendidos pelos demais[vi]. Os preguiçosos não devem ser apoiados pela comunidade[vii]. As jovens viúvas devem ser estimuladas a se casar para não serem pesadas financeiramente a ninguém[viii]. O perdão e a restauração dos arrependidos devem ser as máximas na relação social cristã[ix]. E há muito mais escrito para a nossa correta e justa atuação com os demais domésticos na fé[x].

 

Isso tudo para não falar dos ensinos mais contundentes de Jesus Cristo no Sermão da Montanha e em outros locais, que nos ordena e obriga a perdoar a qualquer tempo[xi]. Somos ordenados e ensinados na Nova Aliança a não exercer a vingança pessoal[xii] e a suportar e tolerar os irmãos na fé[xiii]. A marca distintiva maior da fé cristã é o amor, mas não o amor racional, emocional e carnal do mundo, mas o ágape, o amor perfeito que procede da fonte eterna[xiv]. Isso é tudo aquilo que Nietzsche odiava na fé cristã[xv]. Como ele, todos os que até aqui odiaram o cristianismo e a fé cristã morreram desgraçadamente, violentamente, solitários ou estão em grande esquecimento público. Deus e Jesus Cristo permanecem incólumes em meio a todos os ataques que lhes fizeram por toda a História da humanidade. Todos morrem, Jesus e o Pai continuam aqui.

 

Encerro este pequeno argumento com alguns textos de advertência aos que, independentemente de sua matriz religiosa, alegram-se com a queda de homens e mulheres verdadeiramente vocacionados pelo Altíssimo para serem seus arautos nesta terra. Não são infalíveis, não são perfeitos, tampouco inumanos ou anjos. São gente como a gente, que se cortar sai sangue e se apertar dói. Também é preciso lembrar o título do argumento: De qual lado Jesus está? Mesmo inocente, julgado pela inveja dos outros e condenado à pena capital sem merecer de fato, Ele se manteve íntegro ao seu chamado, ao seu ensino e ao seu amor, quando orou: “Perdoa-lhes”. Ao ladrão arrependido na cruz, no último momento dele, ofereceu perdão e vida eterna[xvi]. Esse é o espirito cristão. Esse é o Espírito de Cristo[xvii]. Ele está do lado da vítima e pronto a oferecer perdão ao ofensor arrependido.

 

“E tenham compaixão de alguns que estão em dúvida; salvem outros, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sejam também compassivos, mas com temor, detestando até a roupa contaminada pela carne.” (Judas 1:22,23)

 

“Meus irmãos, se alguém entre vocês se desviar da verdade, e alguém o converter, saibam que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá uma multidão de pecados.” (Tiago 5:19,20)

 

“Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura. E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado. Levem as cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo.” (Gálatas 6:1,2)

 

“Ora, nós que somos fortes na fé temos de suportar as debilidades dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.

Porque também Cristo não agradou a si mesmo; pelo contrário, como está escrito: ‘Os insultos dos que te insultavam caíram sobre mim.’” (Romanos 15:1-3)

 

“A fé que você tem, guarde-a para você mesmo diante de Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.” (Romanos 14:22)

 

“Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia.” (1 Coríntios 10:12)

 

 

Carlos Carvalho. Pastor Sênior da Comunidade Batista Bíblica. Teólogo, Professor, Escritor, Cientista Social e Jornalista. Fundador da ONG ABAN Brasil. Empresário, Empreendedor Social, autor de dois livros: “A Autotransformação” e “Teologia & Vida – ensaios diversos na perspectiva do pensamento cristão”. Casado com Cristina Carvalho e pai de três filhas: Carol, Sam e Manu. Reside em Guarulhos - SP desde 1994.

 

 

Notas:

[i] Artigo 5º da Carta Magna brasileira.

[ii] Mateus 18:15-17.

[iii] 1 Timóteo 5:19-20.

[iv] 1 Coríntios 5:1-5.

[v] 1 Coríntios 6:1-8.

[vi] 1 Tessalonicenses 5:14.

[vii] 2 Tessalonicenses 3:10-12.

[viii] 1 Timóteo 5:9-16.

[ix] 2 Coríntios 2:5-8 / 2 Coríntios 5:18-19 / Efésios 4:32 / Mateus 5:7.

[x] Tiago 4:11-12

[xi] Mateus 5:38-48 / Mateus 18:21-22 / Lucas 17:1-4 e etc.

[xii] Romanos 12:18-21.

[xiii] Gálatas 5:26 / Efésios 4:2.

[xiv] João 13:34-35 / 1 Coríntios 13:1-8a / 1 João 2:9-11 / 1 João 5:1-3.

[xv] Friedrich Wilhelm Nietzche (1844-1900), em sua de 1888, “O Anticristo”. Facilmente encontrada na Internet em nossos dias.

[xvi] Lucas 23:39-43.

[xvii] Romanos 8:9

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Bios, Psique e Zoe – A Vida em Detalhes

 

 

O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

João 10:10,11 (ACF)

Como estudantes da Palavra, às vezes nos encontramos em uma encruzilhada interessante, que certamente e muito mais, passaram os tradutores da Bíblia para nosso vernáculo (o idioma que falamos), quando se depararam com textos que são traduzidos por uma única palavra no português, mas que de fato são palavras diferentes no texto original. Esse é o caso da palavra “vida”. Para nós, há somente uma palavra para designar todas as coisas pertencentes à esfera da existência, tanto interior como exterior, tendo como diferença de significados apenas o sentido que se emprega nas frases. Em outras palavras, o sentido de “vida” em nosso idioma é dado pela frase na qual a palavra está e não pela própria palavra em si, ou seja, são as derivações que dão sentido a ela.


Já no grego (língua básica do Novo Testamento), existem três palavras principais para “vida” e elas possuem significados diferentes independentes das frases nas quais se encontram. É o caso do texto acima. Embora em nosso idioma a palavra seja a mesma nos dois versículos, em grego não são iguais e isso altera a percepção que deveríamos ter da sentença que lemos. Inicialmente não vamos à interpretação da tradução do texto, mas iremos às próprias palavras que aparecem no NT[1] como tentativa de entender o significado delas. Isso é muito importante para a correta compreensão dos textos. Não sou especialista em grego e nem em NT, mas com as ferramentas corretas, qualquer estudante aplicado poderá fazer uma tradução e interpretação mais acurada das Escrituras.


A primeira palavra é bioV (bios). Bios se relaciona com o viver, denota a “vida” nas suas manifestações externas e concretas. Desde o seu surgimento, se refere ao “curso da vida”, “duração da vida” ou “modo de vida”. Bios é uma palavra rara no NT, ocorre apenas 11 vezes e tem um significado claramente temporal e finito. A “vida” (bios) é, portanto, física, temporal, curta e finita. Basicamente, parece que este é o único conceito de vida que nos é apresentado nas escolas e universidades e do qual estamos bem inteirados. Mas é somente um terço do total significado da vida. Quando diminuímos o seu significado, ficamos aquém dela e passamos a pensar na vida em termos somente biológicos, químicos e mecânicos. Parece algo inteligente, mas é uma inteligência limitada.


A segunda palavra é yuch (Psichê). É de onde se deriva nossa palavra “alma”. Se examinada detalhadamente, desde seus usos mais antigos, ela significa basicamente três coisas: 1) a base impessoal da vida ou a própria vida, 2) a parte interior do homem e 3) uma alma independente do corpo. No Antigo Testamento, ela significa em linhas gerais o “hálito da vida”, o “coração”, o “homem interior” ou um “ser vivente”. No NT, ela ocorre 101 vezes e significa a sede da vida, a vida inteira de alguém. Psichê abrange, portanto, a totalidade da existência e vida do ser humano, com a qual se preocupa e da qual tem cuidado constante. Essa palavra equivale ao ego, à pessoa ou à personalidade do homem. Psichê é a vida interior do ser humano. Não nos aprofundaremos mais aqui.


A terceira palavra é zwh (zoe). Para o grego clássico, zoe é a qualidade de vida da natureza da qual os homens, os animais e as plantas partilham juntamente. Mais tarde se tornou “luz”, algo essencialmente divino ou uma coisa indestrutível que possui poder vivificante. No Antigo Testamento a vida, em síntese, é essencialmente realista, religiosa e comunitária, ou seja, vida é a existência humana no seu dia-a-dia, com todas as suas nuanças e alternativas, e ao mesmo tempo, conectada a Javé, o Criador da Vida.  Já no NT, a vida é assunto extremamente importante, não apenas denota a existência, mas zoe se refere a própria vida de Deus comunicada aos que a receberam em Cristo. Essa vida é de qualidade superior, ilimitada (pois não é confinada ao tempo histórico) e escatológica, porque nos levará à era futura, que possui uma vida cuja duração não tem fim: a Vida Eterna.


Ao compreendermos bem esses conceitos temos diante de nós o texto inicial. Jesus se expressou de duas maneiras utilizando-se das duas principais palavras do NT:


Primeiro – ele veio para nos trazer a zoe abundante, ou seja, a qualidade da vida interior e exterior semelhante à de Deus em nós e com passagem para além desta própria existência, para a vida eterna (era futura). Essa zoe (vida) começa aqui com o ato de recebê-la pela fé na ressurreição de Cristo Jesus e se manifesta diariamente na prática do amor, da ética do reino e dos princípios da palavra de Deus.


Segundo – Jesus disse que sendo o bom pastor, ele dá a sua psichê (vida) por suas ovelhas. Numa tradução bem literal desta passagem, ela ficaria mais ou menos assim: “Eu sou o bom pastor; e o bom pastor coloca toda a sua alma em favor das ovelhas”. Muda um pouco o sentido, não? Jesus veio para usar toda a sua alma (psichê) ou toda a sua existência para dar aos que cressem nele uma vida (zoe) que não poderia se acabar mesmo em face da morte física (da bios).


Esse conhecimento expande nosso conceito de vida para além da bios (física) e para além da psichê (alma). Nos leva além da natureza humana e para além da academia. Nos coloca em patamar de conhecimento mais completo da vida, ao menos em teoria.

 

© Carlos Carvalho

Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica Internacional

 

Referências;

Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Colin Brown, Lothar Coenen (orgs.); [tradução Gordon Chown]. – 2. ed. Vol I e II. – São Paulo: Vida Nova, 2000.

Luz, Waldyr Carvalho, Novo Testamento Interlinear / Waldyr Carvalho Luz. – São Paulo, SP: Hagnos, 2010.



[1] NT – Novo Testamento

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

A RELAÇÃO DE DEUS COM O MAL

 

 

Amo o texto de apocalipse que descrevo abaixo:

 

1 Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.

2 Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido.

3 Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.

4 Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou".

5 Aquele que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas! " E acrescentou: "Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança".

6 Disse-me ainda: "Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.

7 O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho.

Apocalipse 21

 

Não desejo iniciar uma aula de Filosofia nem de Escatologia aqui. Meu objetivo é tentar dar uma resposta escriturística simples e definitiva sobre a questão do mal e de sua presença neste mundo na perspectiva da Revelação bíblica. Posto isto, não estou dizendo que todo o fluxo de pensamento e produção literária sobre o tema seja irrelevante, mas que tudo o que foi dito e escrito até aqui só terá sentido se não formos arrogantes ao ponto de não deixarmos que a palavra final seja a de Deus, nas Escrituras.

Em linhas gerais, filosóficas e teológicas, o mal é visto de duas maneiras principais, tanto na visão do senso comum, como na visão de pensadores:

Há o mal moral – são os atos de maldade dos seres humanos que os diferencia dos demais, em outras palavras, esses atos de maldade nos fazem refletir e fazer as referências entre o bem e o mal. Em todas as sociedades da Terra existem essas referências. Em qualquer lugar do mundo os seres humanos sabem fazer diferenças entre o certo e  o errado e há, em todas elas, a recompensa ou a punição pelos atos dos homens. Sobre esse tipo de mal, não parece haver problemas entre os pensadores, todos reprovam os atos malignos, todos reprovam o mal moral.

Há o mal natural – o mal natural são os acontecimentos que não estão no controle dos seres humanos, ou seja, que não são as ações dos homens que o provocaram. Antes de prosseguir, é preciso fazer uma ressalva – há males naturais que podem acontecer nas vidas das pessoas por elas se aproximarem irresponsavelmente dos locais onde as catástrofes naturais acontecem – mas geralmente o mal natural é algo para o qual não possuímos nem o controle, nem o poder de evitar. Aqui está o problema entre os pensadores, aqui se divide a crença e a não crença na existência de Deus. O mal natural é o divisor de águas.

As perguntas humanas se multiplicam quando o mal natural acontece: qual o sentido de uma tempestade ou de um furação com intensidades tão destruidoras? Qual o propósito de um terremoto que destrói um país inteiro? Porque de um tsunami destruir e matar quase 300 000 pessoas? E quando essas perguntas são feitas, uma nova série delas se levanta: Qual o propósito de Deus nisso? Porque ele permitiu se é tão bom? Será que ele existe mesmo? Essas são apenas algumas e isso por causa de nossa incapacidade de compreender as coisas com clareza quando se trata do mal natural.

Ao pensar nestas questões e ao ler o texto em Apocalipse, meus pensamentos foram iluminados com a visão do final, pois jamais, repito jamais poderemos entender o que acontece aqui neste mundo natural, ao menos na perspectiva bíblica, se não termos em mente continuamente o fim profetizado e preparado para os que creem. Portanto, abaixo deixo doze entendimentos sobre Deus e a presença do mal no mundo que vieram a mim quando meditava sobre isso. Ei-las:

 

1) Deus resolverá o problema do mal.

2) Deus tem a intenção de eliminar o mal.

3) Deus não só deseja, como num futuro determinado eliminará o mal definitivamente.

4) O mal, neste caso, não atesta a improbabilidade da existência de Deus.

5) Deus tolera a presença do mal porque já vê um final que foi escrito para ele.

6) O propósito original da criação era um mundo sem o mal.

7) A existência de Deus fornece a prova da eliminação da existência do mal.

8) Ao final, Deus não eliminará a existência humana, eliminará a presença do mal.

9) A coexistência de Deus com o mal é temporária.

10) O mal no mundo é alvo de ações concretas de Deus para extingui-lo.

11) Tanto o mal moral como o mal natural deixarão de existir no final.

12) É definitivo que, com Deus, o mal não existirá continuamente.

 

Carlos Carvalho

Páscoa de 2014

VIDA TRANSFORMADA