quarta-feira, 2 de setembro de 2020

A RELAÇÃO DE DEUS COM O MAL

 

 

Amo o texto de apocalipse que descrevo abaixo:

 

1 Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.

2 Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido.

3 Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.

4 Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou".

5 Aquele que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas! " E acrescentou: "Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança".

6 Disse-me ainda: "Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.

7 O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho.

Apocalipse 21

 

Não desejo iniciar uma aula de Filosofia nem de Escatologia aqui. Meu objetivo é tentar dar uma resposta escriturística simples e definitiva sobre a questão do mal e de sua presença neste mundo na perspectiva da Revelação bíblica. Posto isto, não estou dizendo que todo o fluxo de pensamento e produção literária sobre o tema seja irrelevante, mas que tudo o que foi dito e escrito até aqui só terá sentido se não formos arrogantes ao ponto de não deixarmos que a palavra final seja a de Deus, nas Escrituras.

Em linhas gerais, filosóficas e teológicas, o mal é visto de duas maneiras principais, tanto na visão do senso comum, como na visão de pensadores:

Há o mal moral – são os atos de maldade dos seres humanos que os diferencia dos demais, em outras palavras, esses atos de maldade nos fazem refletir e fazer as referências entre o bem e o mal. Em todas as sociedades da Terra existem essas referências. Em qualquer lugar do mundo os seres humanos sabem fazer diferenças entre o certo e  o errado e há, em todas elas, a recompensa ou a punição pelos atos dos homens. Sobre esse tipo de mal, não parece haver problemas entre os pensadores, todos reprovam os atos malignos, todos reprovam o mal moral.

Há o mal natural – o mal natural são os acontecimentos que não estão no controle dos seres humanos, ou seja, que não são as ações dos homens que o provocaram. Antes de prosseguir, é preciso fazer uma ressalva – há males naturais que podem acontecer nas vidas das pessoas por elas se aproximarem irresponsavelmente dos locais onde as catástrofes naturais acontecem – mas geralmente o mal natural é algo para o qual não possuímos nem o controle, nem o poder de evitar. Aqui está o problema entre os pensadores, aqui se divide a crença e a não crença na existência de Deus. O mal natural é o divisor de águas.

As perguntas humanas se multiplicam quando o mal natural acontece: qual o sentido de uma tempestade ou de um furação com intensidades tão destruidoras? Qual o propósito de um terremoto que destrói um país inteiro? Porque de um tsunami destruir e matar quase 300 000 pessoas? E quando essas perguntas são feitas, uma nova série delas se levanta: Qual o propósito de Deus nisso? Porque ele permitiu se é tão bom? Será que ele existe mesmo? Essas são apenas algumas e isso por causa de nossa incapacidade de compreender as coisas com clareza quando se trata do mal natural.

Ao pensar nestas questões e ao ler o texto em Apocalipse, meus pensamentos foram iluminados com a visão do final, pois jamais, repito jamais poderemos entender o que acontece aqui neste mundo natural, ao menos na perspectiva bíblica, se não termos em mente continuamente o fim profetizado e preparado para os que creem. Portanto, abaixo deixo doze entendimentos sobre Deus e a presença do mal no mundo que vieram a mim quando meditava sobre isso. Ei-las:

 

1) Deus resolverá o problema do mal.

2) Deus tem a intenção de eliminar o mal.

3) Deus não só deseja, como num futuro determinado eliminará o mal definitivamente.

4) O mal, neste caso, não atesta a improbabilidade da existência de Deus.

5) Deus tolera a presença do mal porque já vê um final que foi escrito para ele.

6) O propósito original da criação era um mundo sem o mal.

7) A existência de Deus fornece a prova da eliminação da existência do mal.

8) Ao final, Deus não eliminará a existência humana, eliminará a presença do mal.

9) A coexistência de Deus com o mal é temporária.

10) O mal no mundo é alvo de ações concretas de Deus para extingui-lo.

11) Tanto o mal moral como o mal natural deixarão de existir no final.

12) É definitivo que, com Deus, o mal não existirá continuamente.

 

Carlos Carvalho

Páscoa de 2014

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