sexta-feira, 28 de agosto de 2020

QUAL É A REAL FONTE DO PROBLEMA DA VIOLÊNCIA HOJE?

 


E todo o Israel foi contado por genealogias, que estão escritas no livro dos reis de Israel; e os de Judá foram transportados a Babilônia, por causa da sua transgressão.

1 Crônicas 9.1

 

Sempre que tratamos dos assuntos de nossos dias, eventualmente nos referimos à violência exacerbada, à corrupção generalizada e às relações fragmentadas entre as pessoas. Estas três coisas se constituem, em nossa ótica quase distorcida, as fontes dos mais diversos problemas em nossa sociedade hoje.

Isto é fácil de se fazer pelo simples fato de que esses fenômenos se repetem à exaustão todos os dias, na vida real, nos canais de notícias e nas redes sociais. É perfeitamente compreensível que, alguém que continuamente vê tudo isso, imediatamente faça seus juízos de valor apontando estas causas como sendo as principais.

Todavia, o texto acima, retirado das Escrituras Sagradas, nos indica que as evidências que apontamos não de todo corretas. O que observamos diariamente não são as causas dos problemas, mas as consequências de uma fonte, e, portanto, de uma evidência, que está oculta em qualquer pesquisa acadêmica. Isso é assim, porque essa mesma evidência se desenrola no campo subjetivo mais precisamente.

Quando a nação descrita no texto foi levada ao cativeiro sob o império babilônico – e não precisamos produzir nenhuma “prova” para este fato, pois é histórico e concreto – as pessoas da época poderiam tecer as mais diversas teses e teorias sobre o porquê de ter acontecido com elas a destruição de sua terra e sua remoção de seus lares. Porém, ainda assim, qualquer que fosse o tema apresentado, ele não se sustentaria ao final, pois o motivo do acontecimento estava em outra esfera.

Por anos, profetas e líderes daquela nação proclamavam constantemente que ela havia se desviado de seu propósito original, de suas raízes espirituais, que muitos de seus governadores tinham deixado a Lei e os estatutos que lhes serviam de regras sociais, penais e civis e, de quebra, haviam deixado o monoteísmo crido pelos seus antepassados. Tudo isso somado à própria decisão pessoal de milhares de cidadãos em viverem uma vida desregrada e vil.

O resultado foi o desterro e o cativeiro. Não que estas ações tivessem sido orquestradas por Deus, como se Ele fosse o causador disso, mas eram as consequências mais comuns em uma época como aquela. Porém, a nação e o povo foram quase ininterruptamente avisados de que essas coisas poderiam acontecer. Suas decisões por transgredir, por não obedecer às regras e as leis, por abandonar a justiça, por escolher a violência, por criar o caos social, por abandonar o monoteísmo e abraçar o politeísmo, iriam fatalmente leva-los ao ponto de ruptura que foi gerado por suas escolhas e ações.

O real problema era a transgressão. E suas definições são simples: Desobediência, ir além dos termos ou limites, atravessar uma linha delimitada, não observar ou não respeitar as leis ou regulamentos, e infringir as normas. Isto é transgressão, simples assim. Quando transgredimos quebramos a ordem normal das coisas ou os limites que anteriormente nos trariam segurança. Transgredir é abandonar a segurança espiritual e social em nome de uma libertinagem e rebeldia pessoal travestidas de liberdade livre arbítrio.

Aqui está o ponto nevrálgico que não aparece nas pesquisas acadêmicas de campo. Aqui está a raiz daninha da vida em sociedade. Aqui está a matriz da destruição da ordem pública e criadora do caos que vivemos em nossos dias. Esta é evidência interna não pode ser mensurada e catalogada em dados: a transgressão.

Só existem duas maneiras de lidar com ela e solucioná-la, e não são coisas fáceis de fazer, pelo mesmo motivo que esta constitui-se evidência interna: porque as soluções partem de uma desconstrução e nova construção interior, ou seja, é preciso demolir os costumes e comportamentos aprendidos e reproduzidos pelas pessoas, ao passo que imediatamente se constrói um novo caráter e novo modelo de comportamento, por uma espécie de reprogramação mental. E também é necessário que concomitantemente a isso se produza uma conversão mental, nos moldes da conversão cristã, chamada de metanóia. Sobre isso falaremos em uma outra oportunidade, todavia, o que permanece são os fatos apresentados até aqui.

 

Carlos Carvalho

2 de junho de 2017.

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