sábado, 10 de outubro de 2020

OS EFEITOS INESPERADOS DO CORONAVÍRUS NO REINO DOS HOMENS, MAS NÃO NO DE DEUS


 

 

Este período de quarentena imposto a quase o Brasil inteiro por parte das autoridades, em virtude do Covid-19 – Coronavírus, criou um ambiente interessante, para não dizer estranho na igreja brasileira de um modo geral. Deste tempo, sairemos com excelentes lições e tremendos resultados, mas, igualmente, algumas coisas entraram, me parece, nos devidos lugares.

 

Positivamente considerado, este vírus fez com que a igreja brasileira – estou me referindo somente a ela – acordasse para as redes sociais, e aqueles mais resistentes, perceberam a inevitabilidade e a irreversibilidade da internet na vida das pessoas, e, ao mesmo tempo, compreendessem a necessidade de aprender a se comunicar num novo ambiente e para uma geração que vive conectada diariamente. As igrejas que já usavam as redes e se anteciparam a este tempo, estão com uma vantagem estratégica e pioneira nesta plataforma.

 

Desta experiência inesperada, também sairemos, como igreja e corpo de Cristo, com muito mais ferramentas criativas na comunicação da mensagem do Evangelho, do ensino e pregação da Palavra de Deus, permitindo-nos expandir nossa influência para um número antes não possível, pela localidade física de nossos templos. Agora, podemos estar em qualquer lugar e alcançar qualquer pessoa que possuir um simples celular conectado. Estes são os inusitados benefícios desta circunstância.

 

Negativamente considerado, mas positivo para o reino de Deus, este período de quarentena está indicando um reajuste na ordem da vida da igreja que beira a uma intervenção divina e somente vista nos tempos passados. Me refiro principalmente ao que quero chamar aqui de “queda das estrelinhas”, que se consideravam gente de Deus, comissionadas por Deus, mas que se utilizavam da igreja de Jesus como fonte de renda e lucro.

 

Não cito nomes, pois não conheço pessoalmente quase a nenhum desses aos quais me refiro, porém, é inevitável a conclusão de que, aqueles e aquelas “estrelinhas” – porque não são estrelas coisa nenhuma, podendo ser até mesmo estrelas errantes, como descreve Judas em sua carta – que usavam a igreja e se projetavam sobre ela, nos ajuntamentos, nos shows, nos megacultos, mostrando e filmando a reunião de milhares de pessoas e fás, perderam seu posto de “ícones” e agora veremos como vão se sustentar, sem serem de fato membros de igrejas locais e sem “trabalho”.

 

Igualmente, aqueles e aquelas que detinham influência sobre multidões de fiéis nos templos lotados, sem terem contato direto com o seu povo, sem darem suporte pastoral e sem permitirem a aproximação das pessoas, mas retirando deles dinheiro, construindo riquezas pessoais e controlando seus destinos sem o temor a Deus, agora, dependem de que suas “ovelhas” façam depósitos ou transferências bancárias sem receberem as “bênçãos” liberadas fisicamente nos templos. Este é mais um grande teste e reajuste de caminho para a igreja.

 

É igualmente claro que, independentemente do tempo que leve, o período de quarentena será curto e não tão prolongado como muitos esperam, por uma série de fatores que fazem de nosso país uma nação diferente das demais, em clima, em imunidade, em solidariedade e em ações rápidas que nosso povo está acostumado a seguir, porém, é interessante notar o movimento de correção que Deus pode estar fazendo nestes dias.

 

Por fim, falando escatologicamente, a igreja brasileira e do Ocidente sairá deste tempo com ferramentas e capacidades espetaculares para se manter viva e unida, mesmo se passar por tempos de perseguição, de tribulação, de cerceamento das liberdades, de proibições de culto e de governos autocráticos ou ditatoriais, por causa da experiência que adquirirá na quarentena. Este é um maravilhoso experimento social, só igualado ao cristianismo primitivo debaixo da perseguição romana e dos dias atuais em países comunistas/socialistas ou islâmicos extremistas. A igreja de Cristo está sendo treinada e depurada.

 

Graça e paz de Deus e de Cristo a todos e todas que pertencem a Ele.

Soli Deo gloria.

 

Carlos Carvalho

29 de março de 2020.

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