Entre todas
as versões da parábola de Narciso, a que mais aprecio é a história de uma ninfa
bela e graciosa tão jovem quanto Narciso, chamada Eco e que amava o rapaz em
vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era
semelhante a um deus. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco
até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e
melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou
Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela
sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na
água e se embelezando. As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram
buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso.
O narcisismo
tem o seu nome derivado de Narciso, e ambos derivam da palavra grega narke,
"entorpecido" de onde também vem a palavra narcótico. Assim, para os
gregos, Narciso simbolizava a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era
emocionalmente entorpecido por achar que sua beleza era superior e que não
havia ninguém como ele. Temos visto os extremos sutis do narcisismo a cada
momento nas redes sociais, porque elas fomentam esse desvio de personalidade
sem freios.
A cura para
o narcisismo é dura, porém, muito simples: pensar coerentemente sobre si mesmo,
em seus limites, deficiências e potencialidades, e não confundir com a superação
de si mesmo.
Sugiro a
leitura de Romanos 12:3 e Mateus 23:12.
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