A MÚSICA CHAMADA SERTANEJA
A chamada música sertaneja atual, que acredito ser a mistura
de vários ritmos semelhantes, tem particularidades, ao menos interessantes, em
seu fenômeno: são bem construídas, pois os profissionais que as executam são
excelentes; são envolventes em sua performance, porque têm ritmo popular e
contagiante; conseguem comunicar realidades difíceis que as pessoas de hoje
passam, pois o fazem de forma alegre e descontraída, “botando para fora” os
sentimentos em forma de canção; e embora as vozes, em sua maioria, não sejam
belas, seus timbres vocais, parecidos uns com os outros, não são irritantes e
possuem boa harmonia.
Após escutar uma grande parte delas, desde 2023 até hoje
(2025), fica claramente percebido – em sua larga maioria – que essas músicas
contam com certos tipos de “público”, se posso dizer isso. Essas canções
refletem um tipo de pessoa, um tipo de natureza humana, mormente brasileira,
que variam entre (sem desejar ofender a ninguém):
- Mulheres
frustradas nos seus relacionamentos pessoais.
- Homens
fracos e infantis.
- Homens
e mulheres traídos ou traidores.
- Pessoas
com forte tendência ao alcoolismo e à autodegradação.
- Gente
emocionalmente vingativa e não perdoadora, que deseja o mal aos que os
feriram.
- Pessoas
que não têm paternidade sadia e não desfrutaram de amor real.
- Homens
e mulheres emocionalmente quebrados.
Essas músicas se tornaram uma catarse coletiva: ao mesmo
tempo em que anestesiam a dor com ritmo e festa, reforçam padrões de
relacionamentos frágeis, amores descartáveis e vícios normalizados. Assim,
geram identificação, mas também perpetuam uma visão limitada da vida e da
afetividade, onde a esperança e a restauração quase nunca aparecem.
No entanto, esse fenômeno cultural revela uma necessidade
profunda de expressão e sentido. Mostra que, por trás das letras de sofrimento
disfarçado em alegria, há um clamor humano por amor verdadeiro, relacionamentos
saudáveis e uma vida mais coerente. Talvez aí esteja a oportunidade de diálogo:
usar a música como ponte para falar de cura, de escolhas melhores e de
esperança que vai além da mesa de bar.
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