A VERDADE SOBRE A DEMÊNCIA DIGITAL PRECOCE
O que é (e de onde veio a expressão)
A expressão “digital dementia” / “demência digital” foi
popularizada pelo neurocientista alemão Manfred Spitzer no livro ‘Digital
Dementia’ (c.2012). Spitzer alertou que o uso excessivo de dispositivos
digitais (especialmente em crianças/adolescentes) poderia levar à deterioração
de certas capacidades cognitivas — memória, atenção e orientação espacial — por
“desuso” ou por efeitos indiretos (sono, sedentarismo, déficit de estímulo
social). ([PMC][1], [Amazon Brasil][2])
O que a ciência diz hoje (estado das evidências)
Não é um diagnóstico médico formal. “Demência digital” é
mais um rótulo populacional/hipotético do que uma entidade clínica reconhecida
(por exemplo, não faz parte de critérios diagnósticos de demência). Muitos
autores usam o termo para chamar atenção para riscos ligados ao uso excessivo de
telas. ([Psychology Today][3])
Evidências mistas / controversas. Estudos e revisões mostram
efeitos negativos plausíveis do uso excessivo de telas sobre atenção, sono,
regulação emocional e aprendizagem — especialmente em crianças e adolescentes —
e associações com dependência de internet, ansiedade e depressão. Porém, várias
revisões críticas apontam falta de provas sólidas de que o uso de tecnologia
cause mudanças cerebrais patológicas equivalentes às das demências clássicas.
Há também estudos que não encontram relação causal ou que até sugerem efeito
protetor de uso moderado (especialmente em adultos mais velhos que se mantêm
mentalmente ativos ao usar a internet). ([National Geographic][4], [Pepsic][5],
[UNSW Sites][6])
Pesquisas recentes (exemplo 2025): um estudo publicado em
abril de 2025 (Nature Human Behaviour / divulgado por universidades como UNSW)
**não encontrou evidências** de que o uso de computadores, smartphones e
internet causem “digital dementia” em pessoas com mais de 50 anos — e, surpreendentemente,
encontrou associação entre uso e menor declínio cognitivo em alguns grupos.
Isso mostra que a relação é complexa e provavelmente depende de idade, tipo de
uso (criar/ler vs. rolar passivamente) e *contexto social/educacional. ([UNSW
Sites][6], [news.web.baylor.edu][7])
Para quem preocupa mais (grupos de risco apontados)
Crianças e adolescentes: períodos críticos de
desenvolvimento tornam-nos mais sensíveis; muitos estudos e revisões advertem
sobre excesso de telas nessa faixa.
Pessoas com uso muito excessivo e multitarefa crônica:
tendência a pior sono, ansiedade e desempenho cognitivo.
Idosos: evidência mista — uso ativo/estimulação digital pode
proteger; uso passivo/isolado pode não ajudar. ([Faculdade de Medicina
UFMG][8], [PMC][1])
Recomendações práticas que aparecem nas fontes (baseadas em
evidências e consenso)
1. Limitar tempo de tela em crianças e favorecer atividades
de leitura, brincadeiras físicas e interação cara a cara. ([National
Geographic][4])
2. Higiene do sono: evitar telas pelo menos 1 hora antes de
dormir; desligar notificações à noite. ([National Geographic][4])
3. Uso ativo vs. passivo: prefira usos que exigem
pensamento/creatividade (ler, escrever, programar) em vez de apenas rolar
feeds. (estudos associam atividades cognitivamente exigentes a menor risco de
declínio).
([centerforneurologyandspine.com][9])
4. Pausas, exercício e socialização: atividades físicas,
sono adequado e relacionamentos fortalecem a cognição. ([Unisalesiano][10])
5. Avaliação clínica se houver declínio real: dificuldades
persistentes de memória/atenção devem ser avaliadas por neurologista/psicólogo;
não assumir que tudo é “demência digital”. ([PubMed][11])
[1]:
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11499077/?utm_source=chatgpt.com
"Understanding Digital Dementia and Cognitive Impact in ..."
[2]:
https://www.amazon.com.br/DEMENCIA-DIGITAL-Dr-Manfred-Spitzer/dp/6073166168?utm_source=chatgpt.com
"DEMENCIA DIGITAL"
[3]:
https://www.psychologytoday.com/us/blog/mind-change/201507/digital-dementia?utm_source=chatgpt.com
"Digital Dementia"
[4]:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/02/como-o-uso-excessivo-das-telas-afeta-o-cerebro?utm_source=chatgpt.com
"Como o uso excessivo das telas afeta o cérebro - National
Geographic"
[5]:
https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1415-711X2023000200003&script=sci_arttext&utm_source=chatgpt.com
"Revisão narrativa dos estudos de metanálise sobre a dependência ..."
[6]:
https://www.unsw.edu.au/newsroom/news/2025/04/new-study-finds-no-evidence-technology-causes-digital-dementia-older-people?utm_source=chatgpt.com
"New study finds no evidence technology causes 'digital ..."
[7]:
https://news.web.baylor.edu/news/story/2025/digital-dementia-does-technology-use-digital-pioneers-correlate-cognitive-decline?utm_source=chatgpt.com
"Digital Dementia: Does Technology Use by ' ..."
[8]:
https://www.medicina.ufmg.br/uso-excessivo-de-telas-esta-associado-a-saude-mental-de-diferentes-geracoes/?utm_source=chatgpt.com
"Uso excessivo de telas está associado à saúde mental de diferentes
..."
[9]:
https://www.centerforneurologyandspine.com/post/can-digital-technology-help-detect-dementia-early-new-research-offers-hope?utm_source=chatgpt.com
"Can Digital Technology Help Detect Dementia Early? New ..."
[10]:
https://unisalesiano.com.br/aracatuba/wp-content/uploads/2022/01/Artigo-Dependencia-de-tela-A-patologia-do-seculo-XXI-uma-revisao-narrativa-Pronto.pdf?utm_source=chatgpt.com
"[PDF] Dependência de tela - A patologia do século XXI: uma revisão ..."
[11]:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36533158/?utm_source=chatgpt.com
"Diagnosis of frontotemporal dementia: recommendations ... - PubMed"
[12]:
https://abciber.org.br/publicacoes/livro3/textos/dependencia_digital__processos_cognitivos_e_diagnostico_jefferson_cabral_azevedo.pdf?utm_source=chatgpt.com
"[PDF] Dependência digital: processos cognitivos e diagnóstico -
ABCiber"
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