terça-feira, 26 de outubro de 2021

Leis & Costumes


  

A lei não serve bem à moral e à ética. Não se deve usar a lei para normatizar usos e costumes, tampouco para impor um código de ética e moral a fim de que as pessoas o sigam. A lei não alcança o foro íntimo, nem o pensamento ou as emoções humanas. A lei jamais dirá o que alguém pode ou deve sentir e pensar. Também não se presta a dizer o que alguém deve falar.

 

Costumes, culturas, crenças, ritos, comportamentos e conceitos podem ou não mudar ao longo do tempo, porém, a lei não deve ser posta à esses objetivos, sob o risco de tornar-se obsoleta ou tirânica. As liberdades humanas devem ser preservadas a todo custo e a lei deve somente corroborá-las.

 

É fato insofismável que, ao se tentar legislar os sentimentos humanos, suas crenças, suas liberdades, seus conceitos pessoais, suas decisões ou seu afeto e respeito, fatalmente não se consegue o intento, e, igualmente, cria-se o inverso do desejado, não impedindo que as mesmas situações ocorram, e a insegurança se perpetua.

 

A única arma que de fato altera o coração ou a mente humana é a oratória de uma pregação. As leis não devem atentar contra ela.

 

“Então Agripa se dirigiu a Paulo e disse: — Por pouco você me convence a me tornar cristão. Paulo respondeu: — Peço a Deus que faça com que, por pouco ou por muito, não apenas o senhor, ó rei, mas todos os que hoje me ouvem venham a ser alguém como eu, mas sem estas correntes.” (Atos 26:28,29)

 

Carlos Carvalho, Bp.

Teólogo, Cientista Social e Mestre.

Imagem de S. Hermann & F. Richter por Pixabay

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