“Meus irmãos, apliquei
estas coisas figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por causa de vocês, para que
por nosso exemplo vocês aprendam isto: ‘Não ultrapassem o que está escrito’,
para que ninguém se encha de orgulho a favor de um em prejuízo de outro.” (1 Coríntios 4:6)
Os contextos,
imediato, posterior e anterior são claríssimos na intenção do apóstolo aqui.
Ele quer a todo custo, evitar que a igreja se perca ou se envolva mais do que
já havia feito, em divisões causadas por preferencias pessoais por mestre A ou
B. Ele deseja que a igreja reconheça e respeite seus mestres, pastores e
líderes, mas que ela saiba o devido lugar de cada um no ministério, na lavoura
ou no aprisco de Deus, onde eles exercem seus papeis no corpo de Cristo – sem
ser superior ao outro – cumprindo o que Deus pelo seu Espírito já previamente
determinou para todos. Fazendo isso, os irmãos, a igreja, não ficarão
“inchados” ou “inflados” uns contra os outros por conta de fatores carnais ou
meramente humanos.
Explicado o
contexto do texto, quero enfatizar um princípio que vai além da localização do
versículo e nos mostra algo para além de uma análise superficial. A orientação
apostólica faz todas essas reprimendas e exortações com algo fixo em mente: os
irmãos ou a igreja jamais devem ir além daquilo que está escrito nas Sagradas
Escrituras. Isso é muito importante, pois, mais uma vez, vemos que aquele
argumento sobre o silêncio de Deus ou da Escritura em diversas áreas de
comportamentos modernos, encontra outro ponto de refreamento. Em outras
palavras, este princípio afirma explicitamente que em questões sérias e graves
das ações e dos comportamentos cristãos, não podemos ir além do que Deus já
deixou registrado nos textos santos.
O que o
apóstolo está dizendo é que, em se tratando de comportamento humano, caráter
cristão, ética divina, santidade do corpo e da vida espiritual prática, nós já
temos as claras ordens do Senhor nos livros sagrados, e, não temos qualquer
“direito” ou mandamento de ir na direção contrária. Igualmente, sobre aquilo
que as Escrituras ou Deus não falaram, nos mesmos termos anteriores, não
devemos ir na direção dessas coisas, sob o perigo de desonrar ao Senhor e
prejudicar a fé de outros irmãos.
Carlos
Carvalho, Prof., Bp.
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